quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tamborete de anão

A pessoa de baixa estatura que nunca foi chamada de anãzinha, pintora de rodapé, tamborete de anão, vou dizer que nunca teve infância.
Assim como as altas foram chamadas de vara-pau, canela de siriema, vara de cutucar côco...pelo menos é assim aqui no Nordeste!
Daí que esses dias tenho visto e lido algumas coisas sobre bullying e a última matéria que li foi bastante instigante. Na Superinteressante de Agosto, saiu uma matéria falando da importância do bullying na infância, como uma espécie de regulador social. Ou seja, é a lei da sobrevivência miniaturizada na vidinha dos pequenos. A matéria chama atenção para pesquisas feitas por alguns psicólogos nos EUA que acreditam na importância do bullying e da não interferência dos adultos.
Claro que eles não são a favor da tortura e violência física e psicológica entre crianças. Mas eles chamam a atenção pra o seguinte: o pai que vai na escola, reclamar que outra criança chamou a sua de dentuça, não dá oportunidades da própria criança desenvolver uma defesa. Assim ele contribui para que o filho no futuro se torne um adulto incapaz de lidar com problemas reais, como por exemplo: um chefe chato, uma demissão ou o término de um relacionamento.
Daí eu comecei a lembrar de um fato curioso. Quando a minha irmã mais nova tinha seus 6 anos, eu acho, uma colega dda escola (se é que isso pode se chamar de colega) avançou nela na hora da aula e a mordeu, sem vê nem praquê! Minha irmã ficou atônita, e chegou em casa toda cheia dos dramas pra que minha mãe fosse lá na escola reclamar. Minha mãe, com todo seu extinto maternal virou pra ela e disse:
- Se você voltar mordida amanhã na escola, apanha lé e apanha aqui!
Nunca mais minha irmã apanhou, foi mordida, beliscada ou seja o que for.
Lembro também que eu mesma já fui chamada de todos os nomes que você puder imaginar que podem dar a uma criança baixinha. Nem por isso tive interferência de pais pra me defenderem, afinal, eu realmente sou pequena!
Sei que nem todos são iguais, e nem todas as crianças tem a mesma estrutura psicológica. Mas acho que vale pensar por outros ângulos.
Às vezes, ao proteger a cria demais, fazemos dela eternos dependentes.

3 comentários:

  1. Mais uma aula da irmã Nazaré. Gosto também da parte que ela sempre ensinou de fazer as filhas independentes financeiramente.
    Shoooow ;D

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  2. kkkkk eu lembro desse episódio!!! quero quem se mete a besta pra cima da Jô hoje em dia, srsrsrsr

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